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O Clube de Tiro e Caça – TZB, Tolerância Zero Brasil, carrega em seu cerne o sentimento voluntário de amor e pertencimento à pátria. A entidade tem como valores o patriotismo, respeito aos símbolos da pátria, a bandeira, o hino e o brasão da República.

Essa identidade e sentimento que nos fazem buscar sempre o melhor para o nosso país, seja no perfil de nossos associados, seja na postura do clube, na defesa dos CAC’s, sempre respeitando as diretrizes do Exército Brasileiro.

Para despertar e representar o sentimento patriótico em nós, a célebre frase dita por Duque de Caxias em 6 de dezembro de 1868, durante a Batalha de Itororó.

“Sigam-me os que forem brasileiros.”

Todo associado tem o dever de conhecer a história dessa frase.


6 de dezembro de 1868

O veterano Marechal de Exército Luiz Alves de Lima e Silva, o Marquês de Caxias, está com 65 anos de idade e 50 anos de efetivo serviço, contados dia a dia. Sentara praça aos 5 anos, como era costume na época, e, já em 1818, ingressara na Academia Militar. Hoje, de novo, Caxias vai lutar, a cavalo, espada desembainhada, à frente de seus soldados.

Em pleno território inimigo, as tropas brasileiras precisam de atravessar uma pequena ponte de apenas três metros, fortemente defendida pelos bravos soldados paraguaios. É a ponte de Itororó.

Os brasileiros lutam corpo a corpo, a pé e a cavalo. Avançam, recuam, tornam a avançar e tornam a recuar. Contra eles, com doze canhões, a artilharia inimiga, favorecida pela configuração topográfica do terreno, dispara sem cessar. O barulho é ensurdecedor. Os uniformes se frangalham, sangue respinga de todos os lados, corpos de homens e de cavalos abatidos se misturam e atapetam o solo.

Eis que, de repente, espalham-se entre os brasileiros notícias de que o Coronel Fernando Machado consegue atravessar a ponte, mas é morto; de que Gurjão também consegue cruzar a ponte, mas é gravemente ferido; e de que o General Argolo, da mesma forma, é atingido. Os soldados se desnorteiam! Vacilam. A debandada parece iminente. Com toda a sua experiência, o velho Marechal percebe que a situação é gravíssima. É necessário agir rapidamente. Em seu cavalo, Caxias toma a frente de seu Exército, desembainha a espada e, em voz firme, brada: “Sigam-me os que forem brasileiros!”

Segundo Affonso de Carvalho, em sua obra “Caxias”, “…toda aquela massa que há pouco amolecera e se desfibrara sob a ação do pânico, readquire de súbito sua vitalidade e poder combativo…”. E, segundo Dionísio Cerqueira, “…houve quem visse moribundos, quando ele passou, erguerem-se brandindo espadas ou carabinas para caírem mortos adiante…”.

Caxias atravessa a ponte de Itororó. O velho Marechal nunca perdera qualquer batalha e jamais fugira. Os paraguaios fogem a galope, mas deixam, no campo de lutas, 400 mortos. Do lado brasileiro, 2.416 homens são postos fora de combate em apenas 1 dia. Recorda-se de que na FEB, na Segunda Guerra Mundial, em 239 dias o Brasil teve 451 mortos e 1.577 feridos.

Transposta a ponte de Itororó, o Marquês não vai parar. Na guerra, uma das características marcantes de Caxias é estudar minuciosamente a situação, planejar, preparar-se para tudo, mesmo que gaste muito tempo, e partir. Depois que parte, Caxias não para mais, até que alcance a vitória final. Cinco dias depois de Itororó, o velho Marechal já participa da sangrenta Batalha de Avaí, onde muitos soldados brasileiros, já descalços, andrajosos e quase famintos, lutam bravamente durante 7 horas. Após Avaí, Lomas Valentinas, e, finalmente, Assunção.

Caxias chega à capital paraguaia em 5 de janeiro de 1869. Assunção está deserta. Incapaz de conter as tropas de Caxias, Solano Lopez, que vinha recuando sempre, desloca-se para as Cordilheiras. Para Caxias, a última batalha está ganha, a guerra está vencida, e não há necessidade de perseguição a Solano Lopez.

Em Assunção, o primeiro cuidado de Caxias é tomar, de imediato, medidas que preservem a ordem e façam respeitar a propriedade alheia. Aliás, outra característica marcante de Caxias é o respeito aos vencidos. Não podem proceder notícias de que Caxias tenha, em qualquer época, tratado com desrespeito ou crueldade as tropas derrotadas.

A campanha contra o Paraguai poderia ter sido vencida, com toda a certeza, com, pelo menos, um ano de antecedência, se Caxias tivesse sido desde logo nomeado presidente da província do Rio Grande e Comandante em Chefe do Exército Brasileiro, como ele próprio esperava e desejava, e como convinha ao Brasil. Por questões políticas, nocivas aos mais elevados interesses da Nação, o velho Marechal somente é nomeado em 10 de Outubro de 1866, quando os resultados obtidos pelas tropas brasileiras na guerra não satisfaziam à opinião pública.

Em 7 de maio de 1880, o Marechal de Exército, Luiz Alves de Lima e Silva, aos 76 anos de idade e com o título de Duque, vem a falecer. Caxias, que nascera no Rio de Janeiro em 25 de agosto de 1803, que tivera seu batismo de fogo como Tenente aos 20 anos quando, de baioneta na mão, lutara contra os portugueses em Salvador, que entrara triunfalmente em Assunção como Marechal de Exército aos 66 anos, dedicou toda sua vida à Pátria e da Pátria nunca nada exigiu. Toda a vida de Caxias constitui o mais puro exemplo de sadio patriotismo. Até hoje, mais de 100 anos após sua morte, toda pessoa séria, que nas escolas não se utiliza de meios ilícitos, que jamais falta com a verdade, que não suborna e nem se deixa subornar, que não corrompe e nem se deixa corromper, enfim, toda pessoa extremamente correta, no Brasil, é chamada de “Caxias”.

O General dos Generais é o patrono do Exército. Contudo, Caxias poderia ser, também, com todos os méritos, o patrono das Forças Armadas.

O povo brasileiro já distinguiu Caxias de todas as formas. Em quase todas as cidades do Brasil, existem ruas, avenidas, praças e escolas com o nome de Caxias. Talvez ainda esteja faltando um grandioso filme nacional, com o patrocínio de grandes órgãos públicos ou privados, com a participação de diretores e atores sérios e talentosos, que divulgue, para todas as gerações, presentes e vindouras, a vida exemplar do excepcional militar brasileiro.

O brado de Caxias em Itororó, certamente, ainda é capaz, hoje, de fazer brasileiros “…readquirirem sua vitalidade e poder combativo…” e, se moribundos, “…erguerem-se brandindo espadas…”.

Batalha de Itororó: